Vivemos, hoje, um tempo marcado por profundas alterações climáticas, que colocam novos desafios à forma como os arquitetos projetam os espaços habitados. O aumento das temperaturas e a urgência em reduzir as emissões de gases com efeito de estufa obrigam a repensar os paradigmas da arquitetura contemporânea. Neste cenário, a adaptação torna-se imprescindível — e pode emergir do diálogo entre a inovação tecnológica e a sabedoria ancestral.
O workshop Positive Turn: da Tradição à Inovação propõe precisamente este encontro: aprender com a arquitetura vernacular para explorar soluções atuais capazes de responder às exigências ambientais. A arquitetura vernacular constitui uma fonte valiosa de conhecimento, mas deve ser revisitada de forma crítica e apoiada em ferramentas digitais. O objetivo é traduzir essas práticas em soluções bioclimáticas e regenerativas que enfrentem, de forma pertinente, os desafios contemporâneos.
A experiência deste exercício representa uma etapa preliminar para posteriores simulações termodinâmicas, que permitirão testar a eficácia das soluções identificadas e avaliar até que ponto práticas já existentes permanecem relevantes e vantajosas no contexto atual de descarbonização da construção. Mais do que um regresso ao passado, trata-se de promover um positive turn — uma mudança construtiva de mentalidade e de práticas — rumo a arquiteturas mais responsáveis, resilientes e capazes de regenerar o futuro.
Horário:
10h00-13h00
Destinatários:
Estudantes e profissionais de arquitetura e engenharia civil.
Orientador:
Adrian Krezlik, Arquiteto formado pela Universidade Técnica de Łódź (Polónia), iniciou a sua carreira em Londres, no estúdio Zaha Hadid Architects (2009-2011), e continuou o seu percurso na Cidade do México, colaborando com diferentes gabinetes de arquitetura. É cofundador da Dosta Tec, uma empresa portuguesa dedicada à investigação e ao desenvolvimento de ferramentas digitais para a avaliação ambiental, investigador do programa do doutoramento no CEAU-FAUP e professor na School of Form (Universidade SWPS), em Varsóvia.
O seu trabalho explora a relação entre ciência e arquitetura, sobretudo através do estudo do desempenho dos edifícios e do seu impacto no ambiente, mas também se inspira na sabedoria popular e nos modos de habitar transmitidos entre gerações. Proferiu palestras em cidades como Barcelona, Cairo, Copenhaga, Helsínquia e Varsóvia, foi professor assistente visitante na Weißensee Kunsthochschule, em Berlim, e curador de arquitetura do Pavilhão da Polónia na EXPO 2020, bem como da exposição Anthropocene.