A literatura na infância permite, entre muitas outras possibilidades, o desenvolvimento da capacidade de comunicar com outras culturas sendo a criança sensibilizada para a existência positiva da diferença. É uma janela aberta que exerce um papel importante para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social da criança, estimulando a procura do sentido crítico, da comunicação e da organização de ideias. O discurso de ódio corresponde a qualquer comentário negativo sobre um grupo ou pessoa individual, sendo um comportamento baseado em preconceitos que disseminam, incitam, promovem ou justificam o ódio. Tem por base características de identidade como a origem étnica, a nacionalidade, a religião, o género, a identidade de género, a orientação sexual e a deficiência. Considera-se um comportamento que está na base de outras atitudes e preconceitos que podem chegar a práticas ofensivas graves, nomeadamente, a crimes de ódio (APAV, 2018). Como pode ser discutido o discurso de ódio, no âmbito dos Direitos Humanos e a partir de livros de literatura infantil?
Bio nota: Ariana Helena Varela Furtado, nasceu em Cabo-Verde, cresceu em Portugal, é professora do 1.o Ciclo e coordenadora da Escola Básica do Castelo em Lisboa, Agrupamento de Escolas Gil Vicente. Licenciada pela Escola Superior de Educação de Setúbal e pela Universidade Rennes II (França). Foi professora durante seis anos no ensino recorrente - alfabetização de adultos. Coautora dos projetos “Com a mala na mão contra a discriminação”, Prémio Municipal dos Direitos Humanos na Criança e no Jovem 2018-2019 e do projeto “Ge(ne)rando polémica... ou antes pelo contrário”, Prémio Municipal dos Direitos Humanos na Criança e no Jovem 2020-2021. Tradutora dos seguintes livros para a infância: “O Senhor da Dança” e “O Grão de Milho Mágico” de Véronique Tadjo, “O Colar Mágico” e “O Camaleão que se Achava Feio” de Souleymane Mbodj.
