Desempenho e Durabilidade de Sistemas Compósitos de Isolamento Térmico pelo Exterior (ETICS)

Avaliação, anomalias e protecção de ETICS: presente e futuro de soluções de isolamento térmico para o ambiente construído

A utilização de sistemas compósitos de isolamento térmico pelo exterior (ETICS) nas fachadas de edifícios tem aumentado consideravelmente em Portugal na última década. Estes sistemas contribuem para uma melhoria significativa do desempenho térmico do edifício e podem ser aplicados tanto em edifícios novos como em obras de reabilitação. No entanto, estes sistemas apresentam também algumas desvantagens, como o desenvolvimento de condensações superficiais, aderência entre os diferentes componentes do sistema e suscetibilidade à colonização biológica. Fenómenos de condensações superficiais no sistema durante a noite, com ciclos repetidos de absorção-secagem da humidade, elevada radiação solar durante o dia e uma intensidade significativa do vento, juntamente com factores antrópicos, como poluentes e actos de vandalismo, podem levar à formação de diversas anomalias, tais como microfissuras, lacunas e manchas. Além disso, as alterações climáticas podem induzir no futuro precipitação e ondas de calor mais intensas, incrementando as solicitações higrotérmicas nestes sistemas. Por todos estes motivos, a optimização dos ETICS e a compreensão dos factores que afectam a sua durabilidade são aspectos relevantes para um desempenho eficaz do sistema ao longo do tempo.

Através do projecto WGB em curso financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), em parceria com o Instituto Superior Técnico (IST) e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), incluindo a participação de vários fabricantes, o desempenho e durabilidade de sistemas ETICS com diferentes composições foi estudado, após exposição no exterior durante cerca de 2 anos, bem como através de ensaios de envelhecimento artificial acelerado. O desempenho dos sistemas ETICS em termos de resistência à água, bio-suscetibilidade e alteração das suas propriedades físicas superficiais (rugosidade, brilho, cor, etc.) foi avaliado. Os resultados evidenciaram como a adopção de planos de manutenção programada pode ser uma resposta para garantir um desempenho optimizado das fachadas que adoptam sistemas ETICS, por exemplo através da aplicação de produtos de protecção com características multifuncionais. Com efeito, produtos com propriedades hidrófugas, biocidas, e/ou de autolimpeza podem contribuir para uma maior eficácia e durabilidade do sistema.

Nesta palestra, são apresentados e comparados os resultados sobre o desempenho e a durabilidade de ETICS em condições laboratoriais e de exposição prolongada no exterior. Além disso, são apresentados resultados de alguns produtos para protecção das superfícies, que podem contribuir para uma maior eficiência e durabilidade destes sistemas.

Sobre os Oradores

Inês Flores-Colen é Professora Associada com Agregação no Departamento de Engenharia Civil, Arquitectura e Georrecursos do IST e membro integrado na unidade de investigação CERIS - Civil Engineering Research and Innovation for Sustainability.

Os seus interesses de investigação e consultoria focam-se sobretudo no desenvolvimento de produtos inovadores, desempenho de soluções construtivas de fachadas, patologia, inspecção e manutenção de edifícios.

É Presidente do GECoRPA – Grémio do Património (2021-2023).

Rosário Veiga é Investigadora Principal com Habilitação do LNEC, sendo Chefe do Núcleo de Revestimentos e Isolamentos do Departamento de Edifícios, desde 2010.

Os seus interesses de investigação e consultoria focam-se no desempenho, durabilidade e exigências funcionais de revestimentos de paredes; comportamento, durabilidade e degradação de argamassas; materiais e técnicas de conservação e reabilitação dos patrimónios histórico e construído.

É membro da Direcção do Programa de Doutoramento financiado pela FCT – Eco-Construção e Reabilitação (EcoCoRe), desde a sua primeira edição em 2014 até ao presente.

Giovanni Borsoi é investigador no Departamento de Engenharia Civil, Arquitectura e Georrecursos do IST, na unidade de investigação CERIS - Civil Engineering Research and Innovation for Sustainability.

O seu trabalho foca-se principalmente no estudo de materiais de construção históricos, modernos e inovadores, bem como no desenvolvimento e caracterização de revestimentos e produtos compatíveis, eficientes e duráveis para aplicação no ambiente construído.

João Parracha é aluno de doutoramento em Engenharia Civil no IST e investigador no projecto WGB_Shield.

Os seus interesses de investigação focam-se essencialmente nos requisitos funcionais e durabilidade de fachadas de edifícios, biodegradabilidade de materiais de construção e os efeitos dessa degradação no desempenho das fachadas.

Para mais informações contacte-nos através do e-mail: fundec@tecnico.ulisboa.pt