Quatro épocas, quatro palcos da memória, um só eco que atravessa o tempo. As Vozes dos Adarves. Nesta mostra de teatro, o património arquitetónico de Braga deixa de ser pedra silenciosa para se transformar em verbo, gesto e emoção. Cada espetáculo é como um adarve, um percurso elevado sobre a história, de onde se ouvem as vozes esquecidas, os passos dos que vieram antes e os suspiros das paredes que viram o mundo mudar.
Do povo Bracari, guardiões da terra e dos deuses ancestrais, às imponentes muralhas dos Romanos e aos ecos de fé da Idade Média. Do renascer da luz e da razão no Renascimento ao esplendor dramático e exuberante do Barroco, cada época ergue o seu próprio cenário, onde o património não é apenas um monumento imóvel do passado, mas um corpo vivo que respira através das histórias, das pedras e das vozes que o habita.
Este ciclo de espetáculos é uma viagem sensorial e poética que convida o público a atravessar séculos de história, não como meros espectadores, mas como caminhantes dos adarves que ligam o passado ao presente.
Realizada no Auditório do Centro de Juventude de Braga, esta mostra é fruto da sinergia entre três Clubes para a UNESCO: a Tin.Bra – Academia de Teatro, a Fundação Bracara Augusta e o Instituto Português do Desporto e Juventude de Braga. Juntos, erguem um palco onde o património não é apenas contado, mas vivido, sentido e questionado.
“As Vozes dos Adarves” não são apenas ecos de tempos distantes; são chamamentos para olhar o que nos rodeia com novos olhos, para escutar o que as pedras, as colunas e os arcos sussurram quando o silêncio lhes dá espaço. Porque a história não faz apenas parte do passado — ela ressoa, firme e viva, sob os nossos próprios passos.