Cenários, tendências e eventuais consequências para as empresas nacionais
O potencial alargamento da União Europeia trará diversas oportunidades e desafios para as empresas portuguesas. Uma das principais vantagens é a ampliação do mercado interno. A entrada de novos países significa a eliminação de barreiras comerciais e o acesso a novos consumidores. As empresas podem expandir as suas operações para os novos mercados, com menos custos administrativos e logísticos. Isso pode gerar novas oportunidades de negócios, seja através da exportação de produtos e serviços ou da abertura de operações nesses países. Por outro lado, as empresas dos países candidatos terão acesso ao mercado português.
Apesar das vantagens, o alargamento também pode trazer desafios e riscos para as empresas portuguesas, pois com a adesão de novos países, especialmente com economias em desenvolvimento ou em transição, como as dos Balcãs, a distribuição dos fundos será ajustada. Acresce o caso específico da Ucrânia e do investimento necessário à reconstrução.
É, pois, natural que com o alargamento e a entrada de novos países com níveis de desenvolvimento mais baixos, o montante de fundos disponíveis para Portugal possa ser reduzido.
A União Europeia terá de rever os critérios de elegibilidade para os fundos, com o objetivo de garantir que as regiões mais necessitadas continuem a receber apoio. Isso pode implicar um ajuste nas zonas de Portugal que são elegíveis para os fundos.
O próximo Quadro Financeiro Plurianual (2028-2034), que estabelece o orçamento da União Europeia para os próximos sete anos, terá obrigatoriamente de refletir essas mudanças na distribuição de fundos.
Finalmente, a adesão de novos países significará uma redistribuição dos recursos e a redução gradual do apoio a países que estão num estágio de desenvolvimento mais próximo da média europeia. A reconfiguração da distribuição dos fundos afetará os montantes destinados a Portugal. Há estimativas que apontam Portugal como o terceiro país com maior redução dos fundos da Coesão, logo depois de Itália e Espanha.
Tendo em conta o enquadramento acima descrito, a direção da AIP decidiu organizar o seminário “Alargamento da União Europeia - o que muda?” de forma a antever os cenários, as tendências e as eventuais consequências para as empresas nacionais.